É um pouco difícil explicar o que me atrai quando se trata de arte, falo neste caso de pintura/desenho. Reconheço que como grande parte dos outros sentidos, paladar, olfacto, audição, a sensação de familiaridade é um aspecto importante da sensação de prazer. Neste caso o reconhecimento de certo tipo de formas, cores, composição pode fazer-nos sentirmos mais agrado a certo tipo de obras.
Por outro lado há certas obras que fogem completamente do padrão normal e é essa estranheza, esse encontro inesperado com um novo paradigma que nos fascina e nos atrai.
A discussão, ou a dicotomia de reconhecer a obra como conceito ou como execução é interessante, mas pouco acrescenta à razão porque gostamos de determinada obra, ou de determinado pintor e não gostamos de outro.
Pessoalmente sinto-me um pouco condicionado pela exposição que fui tendo pelos meus pais, e tendo a ser agradado por determinado tipo de obras com as quais cresci, em geral aguarelas, muito coloridas, com muitos elementos, do tipo de obra que cada vez que olhamos descobrimos algo diferente, e, que no conjunto parecem contar uma história, que vamos desvendando e construindo nós próprios.
Vou fazendo os possíveis por cultivar um gosto próprio, expondo-me o máximo possível a obras de todos géneros. Vou procurando estudar sobre história da arte assim vou-me reinventando neste aspecto do meu ser.
Tudo isto porque há pouco tempo conheci o Santinho, um jovem pintor a quem encomendei uma representação da minha família, que podem ver na imagem deste post. Foi uma amiga que me falou dele e gostei imediatamente do seu estilo e da sua obra. Gostei mais ainda da sua simplicidade e simpatia.
Esta simplicidade do artista fez-me recordar uma outra história, de uma obra de um artista moçambicano famoso, que adquiri num leilão de caridade, e, que fui forçado a devolver porque o artista ficou indignado por alguém ter adquirido a obra dele por um valor, que ele acho escandalosamente baixo. Espero que a fama não tranforme a simplicidade do santinho em arrogância...a ver vamos.
O meu apreço pela obra em si parece uma evolução em termos de gosto, como vêem é uma obra a tinta-da-china, mas é rica em elementos e parece contar uma história.
Tenho certeza que dentro em breve será um nome na praça, para quem quiser aproveitar o relativo anonimato, procure por ele no núcleo de arte.
Um beijo para o vazio …